Vidas Secas: como utilizar o clássico brasileiro na sua redação do vestibular

A prova do Enem 2025 (Exame Nacional do Ensino Médio), uma das mais esperadas pelos vestibulandos, acontecerá nos dias 9 e 16 do mês de novembro. Com pouco tempo restando, os estudos estão a todo vapor, e os candidatos se preparam para enfrentar muitas horas de exames, redações e leituras obrigatórias.

 Foi pensando nisso que a editora Vitrola selecionou uma das obras mais queridas da literatura brasileira, requisitada por diversos vestibulares para ajudar no desenvolvimento de repertório e argumentação dos jovens, auxiliando-os a alcançar aquela nota que tanto almejam.

            Vidas Secas, do escritor Graciliano Ramos, pertence à segunda fase do Modernismo brasileiro e conta a história de uma família sertaneja e nômade que anda sem rumo à procura de melhores condições de vida em meio à adversidade que enfrentam nas secas do sertão nordestino.

            Publicada pela primeira vez em 1938, a obra retrata a realidade de muitas famílias que, na década de 30, migraram para as grandes cidades com a promessa de melhoria de vida em meio a uma das maiores crises econômicas do país, gerada pela quebra da bolsa de valores durante a crise de 1929 nos EUA.

            Trabalhadores do campo eram explorados por grandes proprietários e não tinham nenhum direito legal, levando à revolução camponesa de 1930 e à necessidade de uma reforma agrária no país, dando ênfase à revolta dessas pessoas e explorando a sensibilidade e a vulnerabilidade humanas nesse retrato da sociedade brasileira.  

Apesar de a obra ter sido publicada há quase 100 anos, os aspectos que ela representa ainda estão muito presentes na atualidade. Dessa forma, pode ser usada para o desenvolvimento de diversas críticas na sua redação:

  • Invisibilidade do cidadão rural: o livro apresenta uma família que tem sua vida voltada ao trabalho do campo, ficando “isolada” do cotidiano urbano. Essa diferença de perspectiva leva à inadequação desses indivíduos no momento em que eles tentam se inserir em outra realidade, já que não há um suporte governamental para que as pessoas do meio rural possam se encaixar nesse ambiente, levando-os ao isolamento social e, consequentemente, invisibilizando-os perante a sociedade.
  • Desigualdade social: é possível alegar o descaso governamental com as pessoas que vivem de forma retirada e não possuem acesso a serviços que atendam às necessidades básicas para se ter qualidade de vida, como saneamento básico, escolas, hospitais e postos de saúde, ficando subentendido que não fazem parte da realidade da vida de Fabiano e de sua família. Graciliano Ramos explora a miséria em que essas pessoas vivem e sua vida árdua devido às secas da região, lidando com a fome e o cansaço, que tornam suas existências ordinárias e apagadas, sem a chance de sonhar com um futuro.

A obra leva o título de “clássico da literatura brasileira” não só pelo fato de carregar uma mensagem com um grande peso social, mas também por expor tamanha dor de forma tão melancólica e íntima. A escrita do autor é regada de emoções e carrega a história de milhões de brasileiros, tocando profundamente leitores de diversas gerações.

Se você ainda não teve a oportunidade de ler Vidas Secas ou se conhece alguém que irá prestar vestibular neste ano, essa é a oportunidade perfeita para garantir seu livro e mergulhar nesse romance nacional inesquecível.

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